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Longe dos pixels – mecânicas de jogos fora dos videogames

Game design não se limita a jogos eletrônicos. Como o nome diz, game design está ligado a qualquer coisa que envolva jogos e suas regras. Inclusive, o termo gamificação (aplicar conceitos e mecânicas de jogos em contextos diferentes de jogos, em resumo) foi uma buzzword que bombou entre entusiastas nos últimos anos.  

Acredito que ter essa noção ė algo importante na hora de desenvolver um jogo. Ao pensar fora do âmbito dos videogames, você pode acabar pescando uma referencia que pode te ajudar a criar uma mecânica legal e inovadora. Aqui vão uns exemplos que podem ilustrar melhor essa ideia.


Game shows: Sim, aqueles típicos programas de tv do fim de semana, onde pessoas ou equipes passavam por diversas provas, geralmente na disputa por um prêmio. Topa tudo por dinheiro, curtindo uma viagem, fantasia, são alguns mais antigos que consigo me lembrar por alto. Por mais galhofas que alguns pareçam, suas provas são projetadas para estimular a competição e o trabalho em equipe. Algumas provas possuem mecânicas que encaixam bem em party games, que tem uma pegada parecida. Nesses últimos dias assisti um interessante, de culinária, chamado Cutthroat Kitchen. Os jogadores precisam cozinhar um prato, e quem fizer o melhor, ganha. Cada participante possui um montante de dinheiro inicial para usar num leilão de itens que podem beneficia-los ou prejudicar seus adversários na cozinha. Então os jogadores usam seu dinheiro para conseguir ingredientes melhores, ou então pra fazer com que os outros tenham que desossar um frango apenas com um canivete, por exemplo.

  
 
Reality shows: São bem parecidos com os game shows, mas geralmente acabam tendo uma duração maior. O principal motivo de separa-los da categoria anterior é porque eu quero falar do Big Brother. Eu não curto o programa, pra falar a verdade, mas sua popularidade é inegável. É comum ver grupos debatendo sobre quem o líder deveria indicar para o paredão, ou quem deve ser o próximo a ser imunizado, entre outros. A dinâmica desse jogo se resume a votações dos participantes do programa e do público geral, apesar de também incluir as pequenas competições citadas anteriormente. Eu considero esses sistemas como mecânicas de jogos sociais, pois promovem a interação tanto dos jogadores entre si, quanto como do público expectador com o programa. Consigo imaginar utilizações destas mecânicas em jogos sociais de facebook e mmos, tranquilamente.


Real-life room escape: Esse aqui, pelo menos para mim, é o exemplo mais novo, e acredito que futuramente possa virar moda no Brasil. São a versão real daqueles jogos em flash em que você se encontra preso numa sala e precisa resolver uma série de enigmas para escapar. Você pode jogar sozinho ou com um grupo de amigos, e geralmente existe um tempo limite para terminar o jogo, já que existem mais pessoas querendo jogar depois. Participei de um desses no mês passado, no guess hq, e além de ter curtido muito, achei interessante as diferenças que existem entre a versão real e a digital. Primeiro que o fator do tempo limitado impõe uma pressãozinha a mais que acaba tornando tudo mais desafiador, e segundo que os seus sentidos são muito mais estimulados, pois você se encontra fisicamente no local, podendo tocar nos objetos, mover o seu corpo pelo ambiente, e interagir com seus amigos num nível bem mais profundo do que por uma simples tela de chat. Nesse caso não destacarei nenhuma mecânica em especial, prefiro citar a questão da narrativa existente em alguns deles, que faz o jogador se sentir um personagem de um pequeno universo, e não apenas uma pessoa apertando botões e movendo alavancas sem motivo aparente. Nesse em  que eu fui, você jogava como um membro de um grupo rebelde que precisa invadir o escritório de uma mega corporação para reaver um artefato mágico. No momento em que entramos no prédio, encontramos diversos materiais ligados a esse plot, como revistas com matérias sobre a tal corporação, pichações falando sobre os rebeldes, vídeos de agentes que tentaram invadir o escritório e falharam, tudo isso para nós fazer imergir cada vez mais no espírito do jogo.

  

Não estou aqui para debater quanto à validade da gamificação, ou até mesmo se esses exemplos podem ser considerados como cases de gamificação. O que eu quero dizer é que referências para game design podem ser encontradas fora do lugar comum (video games e board games) e que essas referências podem ser de grande ajuda nos seus próximos brainstorms.

Novidades do iOS 8

Então, a WWDC da Apple rolou nessa segunda, o que já é muito tempo pra alguns, mas ainda acho relevante falar a respeito.

Foram apresentadas as novas versões do OSX e iOS. Confesso que ainda me antenei muito nas novidades do OSX, por isso vou discorrer apenas sobre o sistema mobile, já que programo para o mesmo. 

Acho que pode-se dizer que as mudanças no sdk do iOS 8 são tão significativas para os programadores quanto as mudanças estéticas do iOS 7 foram para os designers de interface. Foram adicionadas 15 novas frameworks, dentre as quais, destaco:

  • LocalAuthentication : Fornece suporte para autenticação através do Touch ID, disponível para iPhones 5S e muito provavelmente nos próximos modelos. Assim como o login pelo facebook, este modo pode ser uma alternativa bem rápida e prática no acesso aos dados de usuários (e mais segura, já que nem dedos roubados funcionarão).
  • HomeKit : Tem como objetivo integrar as aplicações com diversos outros dispositivos domésticos, como fechaduras, portões, lâmpadas, etc. Ou seja, podemos finalmente estar diante da casa inteligente, o videofone dos anos 00-10. Ao meu ver esta é a tecnologia que pode levar mais tempo para ter seu uso consolidado, pois ela depende de dois fatores, primeiro que sejam produzidos cada vez mais dispositivos capazes de se comunicar com smartphones e tablets(não se limitando aos iDevices), e segundo que as pessoas comprem e os usem. 
  • HealthKit : Diferente do HomeKit, o HealthKit já é bem mais plausível de ser popularizado. Esta framework se encarrega de gerenciar e fornecer acesso as informações de saúde do usuário. Aplicativos para saúde já são bastante utilizados em smartphones, e a chegada do HealthKit pode trazer aplicações mais integradas e bem mais robustas. Contudo, o que falta atualmente é uma forma mais apropriada para a obtenção desses dados, o que pode significar o lançamento do iWatch até o ano que vem, quem sabe(que espero que tenha um design discreto como as fuelbands da nike).
  • Metal e SceneKit : O SpriteKit foi a framework introduzida no iOS 7 que mais me agradou, trazendo uma solução nativa para o desenvolvimento de jogos nas plataformas movéis da Apple. Porém, ela não era tão diferente de frameworks de terceiros como o Cocos2d, nem mesmo na sintaxe, e também não permitia a escrita de código OpenGL. Mas aí que vieram o SceneKit e o Metal (\m/). O SceneKit, que já estava disponível no OSX, é voltado para jogos 3D, enquanto que o Metal fornece um acesso mais simples aos recursos gráficos da GPU do que a utilização direta do OpenGL. Mal posso esperar pra aprender todos os recursos desses dois benditos!

Além de todas essas novas adições (e melhoras nas frameworks já existentes, como o já citado SpriteKit), a Apple não se contentou e resolveu implementar sua própria linguagem, a Swift! Segundo o próprio keynote, trata-se do Objective-C, só que sem o C. Possui a premissa de ser mais rápida, moderna, intuitiva e transada do que sua antecessora. Acho melhor não detalhar agora suas mudanças em relação ao Obj-C, já que tudo que li se resume ao pequeno guia da linguagem publicado pela empresa logo após o keynote, olha aí. Mas pelo pouco que vi, já curti bastante. 

Com o advento da nova linguagem, é comum que hajam discussões sobre como ela será “abraçada” pelo mercado e pela comunidade de desenvolvedores. Talvez seja apenas hype pelo lançamento, mas até flappy bird já foi programado em Swift. Pra quem tá começando a programar nesta plataforma e acha que perdeu tempo estudando Objective-C, tenho boas notícias: A linguagem ainda será suportada para desenvolvimento e certamente não será jogada pra escanteio tão cedo. Além disso, é inegável que existe muito mais conteúdo e conhecimento difundido em Objective-C do que em Swift, facilitando o aprendizado da primeira. No meu caso, pretendo manter os aplicativos que estou desenvolvendo em Obj-C, mas tentarei investir no desenvolvimento em Swift nos próximos projetos, sobretudo nos jogos.

Imagem

Falando nisso, tenho um aplicativo publicado na App Store, dá uma olhada. Infelizmente está desatualizado, com a interface do iOS 6, mas prometo que vou atualiza-lo assim que publicar o app que estou terminando de desenvolver.

Compartilhando o desenvolvimento de projetos

Um dos objetivos deste blog é ser um meio de divulgar alguns projetos que ando desenvolvendo. Antes disso, o que eu fazia era enviar por email screenshots e vídeos gravados no quicktime para quem eu achasse que se interessaria, o que era rápido pra mim, mas não muito prático pra quem tivesse que baixar os anexos.

Sendo assim, andei pesquisando formas de criar gifs para coloca-las aqui. O OSX já possui um sistema de screenshots bem prático, onde é possível selecionar a região da tela a ser salva, então isso já não seria um problema. O próprio quicktime faz capturas de tela no formato de vídeos, então a conversão destes vídeos em arquivos gif era uma possibilidade.

Primeiro tentei exportar um video que eu ja tinha para o LunaPic, um site bem útil para edição de imagens, que eu já tinha usado algumas vezes. Ele aceita formatos de video e consegue converte-los, porém a qualidade fica bem comprometida. Depois foi a vez do zamzar, que também recebe e converte arquivos, enviando-os por email. Resultado: qualidade igualmente prejudicada e o arquivo gerado era mais pesado que o original.

Por fim cheguei na minha solução atual, o LICEcap. Esse aqui já trata-se de um software (para windows e mac) que faz captura de tela diretamente no formato gif. Instalei e cheguei nesse resultado:

giftest

A resolução ficou decente, o tamanho do arquivo também. Só acho que a quantidade de frames está meio baixa, mas talvez isso seja algo configurável no programa.

Aliás, este é o jogo que estou trabalhando no momento, junto do Vicente. Mais informações em breve!